terça-feira, 18 de setembro de 2012

ÍNDIO COME GENTE?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Indígenas e Internet: divulgação, propagação da cultura e denuncias(Etno-jornalismo)


Por: Marina Cândido Marcos

Cinemaartes: Sobre os crimes contra direitos indígenas na internet (racismo/preconceitos/discriminação/) qual sua opinião? 

Alex Makuxi:
Então é notável esses tipos de crimes cada vez mais explícitos, exemplo disso é nos comentários que recebemos no site da rede Indios On Line, onde pessoas fazem comentários preconceituosos e racistas contra os povos Indígenas. Outro tipo de crime é uma visão colocada pelos livros didáticos nas cabeças pensantes dos alunos, uma visão equivocada de que o índio mora na floresta, ou anda nu. Isso torna a nossas estadias em cidades ridicularizadas. Uma vez que se identificamos como índios, somos taxados de bagunceiros, bêbados, e em muitos casos muitos se calam. 
Para evitar esses tipos de crimes, é preciso bem mais que o simples disk denúncia da Policia Milita, ou mesmo o de denuncia da Internet da Policia federal. Pois vejamos que o preconceito que é exposto na internet, é amadurecido nas ruas e nas redes de TV, isso torna cada vez mais difícil o combate a esse tipo de crime. Embora uma ação conjunta MPF e Polícia federal resolvessem alguns casos desse tipo, mais do outro lado existem outros casos que ficam ao relento. 

Meu trabalho está disponível em meu blog: www.alexmakuxi.blogspot.com.No Site da rede índios on line, onde atualmente faço parte da gestão www.indiosonline.net e no site do Indio Educa, que é um grupo de acadêmicos indígenas com algumas parcerias, que buscam através da internet trazer subsídios para se trabalhar a temática Indígena na escola: www.indioeduca.org 
Meu e-mail de contato pessoal é alex.makuxi@gmail.com, meu facebook :https://www.facebook.com/alex.makuxi 
Por equipe: www.cinemaartes.blogspot.com

Entrevista concedida para CinemaArtes.

http://www.indioeduca.org

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Estereótipos indígenas e a programação infantil das mídias





Marina Cândido Marcos, indígena Terena, nasceu em Campo Grande-MS, estudante de Geografia, pela Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD
 Os estereótipos são as manifestações das mais antigas em nossa cultura, pois estão nos contos de fadas, nas narrativas populares e na medida em que ela vem sendo repetida ao longo dos tempos se tornam frases feitas e vem ao nosso primeiro pensamento.  
E, isso acontece com os povos indígenas, com os “indiozinhos da floresta”, através da mídia, pela própria escola e pela nossa própria cultura familiar. Para exemplificar, temos os desenhos infantis, programas, etc.
Os desenhos infantis trazem uma séria de estereótipos relacionados ao índio, como vemos por exemplo o Pica Pau, em que ele traz o índio americano de forma deturpada, fazendo a “dança da chuva”, usando as palavras “mi” “quer” e reforça o estigma do índio americano, peles-vermelhas, colocando assim como sendo uma única cultura. 
O programa Cocoricó traz um vídeo chamado “Tudo mundo fala a língua de índio”, que traz este estigma e sem falar na famosa música da Xuxa, e que todo dia 19 de abril toca nas escolas, com crianças pintadas de índio e fazendo danças em círculos.
Atualmente tem um DVD muito famoso chamado galinha pintadinha que traz uma música intitulada “Indiozinhos” – “1,2,3 indiozinhos…” E, traz uns macaquinhos pendurado na árvore fazendo “úúúúú” com a mão sobre a boca.
 Isso só vem reforçar na mente infantil os estereótipos do índio, como colocada na música, o indiozinho na canoa e com os macaquinhos cantando! E isso acaba naturalizado na mente das crianças, se tornando senso comum.
Há um grande número de material didático que conta a história dos povos indígenas, é desse material que as escolas precisam. Exemplo como: o Vídeo nas Aldeias é um projeto que traz uma série de vídeos sobre a cultura indígena e assim fortalecendo suas identidades indígenas. 
Livros como dos escritores indígenas Daniel Munduruku, Olivio Jekupe Yaguarê Yamã, Roni Wasiry, entre outros, que trazem a literatura infantil indígena.
 E o grupo da qual faço parte juntos com outros acadêmicos indígenas, que é o Índio Educa (www.indioeduca.org), um portal que tem como foco, trazer a cultura indígena, a partir de nossa visão, e pode ser encontrado diversos materiais didáticos, e pode ser aproveitado pelos professores e alunos. Temos uma lei que obriga a incluir o ensino “Historia e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, porém é pouco explorado em sala de aula. É importante estar criando esse diálogo com a sociedade, começando em sala de aula, pois é lá que os alunos acabam por fantasiar a figura do “índio genérico”. 
Acredito que trabalhos como dos escritores indígenas, dos vídeos, do Grupo Índio Educa, só vem a trazer uma nova visão para os não indígenas, e estar desconstruindo essa visão estereotipada com a história e cultura indígena.  
http://www.indioeduca.org/?p=1750