quarta-feira, 30 de abril de 2014

A TEMÁTICA INDÍGENA NA ESCOLA


 Novos subsídios para professores de 1º e 2º graus
Aracy Lopes da Silva Luis
Donizete Benzi Grupioni
Organização
MEC/MARI/

Este livro, dedicado aos professores de 1º e 2º graus e a seus alunos, abarca uma ampla variedade de temas e reúnem as contribuições de vinte e dois autores, referentes a mais de duzentos povos indígenas que habitam o Brasil. Seu tema de fundo e o convívio na diferença afirmado como possibilidade efetiva. Analisam-se, aqui, as condições necessárias para o convívio construtivo entre segmentos diferenciados da população brasileira, visto como processo marcado pelo conhecimento mutuo, pela aceitação das diferenças, pelo dialogo. A reflexão sobre os povos indígenas e sobre as lições que sua historia e suas concepções de mundos e de vida podem nos trazer, aliada ao exame dos modos de relacionamento que a sociedade e o Estado nacionais oferecem aos povos indígenas constituem um campo fértil para pensarmos o pais e o futuro que queremos.
Link para download:  http://www.indioeduca.org/?p=2047



  
Por: Marina Cândido Marcos

http://www.indioeduca.org/

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Linhas e Línguas - Curt Nimuendajú e os Índios no Brasil

Exposição no Baukurs Cultural, em Botafogo-RJ, promovida pelo Consulado Geral da Alemanha com apoio do Museu do Índio/Funai, revela o trabalho do etnólogo Curt Nimuendajú e sua vida nas terras brasileiras.
Segundo os organizadores, a mostra reúne 30 fotografias numa curta biografia do etnólogo alemão, uma instalação gráfica do mapa etno-histórico do IBGE e um passeio ilustrado por peças representativas da cultura material indígena dos dias de hoje. Em paralelo , a exibição de filmes históricos do Serviço de Proteção aos Índios , da mesma época das viagens de Nimuendajú, e filmes atuais de 33 etnias realizados através do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas do Museu do Índio, propondo um paralelo entre o passado e o presente da documentação etnológica e suas contribuições para o respeito e valorização das culturas indígenas no país.




Exposição: 26 de abril a 26 de agosto de 2014
Segunda a sexta das 10h às 16h.
Sábados das 12h às 19h.
Baukurs Botafogo - Rua Goethe 15
2294-6017/2246-6242
w.w.w.baukurs.com.br






domingo, 27 de abril de 2014

Hoje última apresentação dos Fulni-ô nos jardins do Museu do Índio

O Museu fica aberto a partir das 14 horas e encerra com os cantos e danças Fulni-ô  as 16 horas.
 Entrada grátis.
 Última Apresentação. Não perca!










sábado, 26 de abril de 2014

Centro Cultural Ikuiapá promove atividades pelo Dia do Índio

A partir de 10 de abril e até 30 de maio, quem estiver em Cuiabá (MT) terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre o modo de vida e as tradições dos povos indígenas do Parque do Xingu.
A programação especialmente elaborada para marcar o Dia do Índio, celebrado em 19 de abril, é realizada em parceria com o Sesc Casa do Artesão e tem entrada gratuita.
Na agenda, a exposição O KUARUP, nome do ritual realizado por diversas etnias em homenagem aos mortos, vai apresentar artefatos indígenas e imagens do fotógrafo e documentarista Renato Soares sobre essa e outras cerimônias que permeiam o cotidiano das aldeias xinguanas. O público também terá a oportunidade de assistir palestras proferidas por membros da equipe do Centro Cultural Ikuiapá sobre vários aspectos do Kuarup e sua importância para  os povos indígenas.

Conheça a programação completa:

Exposição O Kuarup 

Abertura: 10 de abril, às 15 horas
Visitação: de 10 de abril a 30 de maio

Palestras
Dia: 11 de abril
- O Artefato no Kuarup, Aline Batistella - 09h
- O Kuarup: Um Olhar Bakairi, Vitor Peruare - 09h30min.
- O Kuarup na Filatelia Brasileira, Diego Brito - 10h
- As cores do Kuarup, Anna Maria Ribeiro Costa - 10h30min.
Público alvo: pesquisadores, universitários e população em geral - gratuito
Inscrições pelo telefone (65) 3611-0500
Sesc Casa do Artesão
Endereço: Rua Treze de Junho, 315 - Centro Norte - Cuiabá\MT
http://www.museudoindio.org.br/

Arte indígena no Museu Janete Costa

Duas mostras reunindo 100 peças etnológicas do Museu do Índio estão sendo apresentadas nos espaços expositivos do Museu de Arte Popular Janete Costa.
A exposição Artes Indígenas e etnodesign: "vontade de beleza" é composta de peças, fotos e filmes sobre a produção indígena de objetos utilitários e ao mesmo tempo artísticos , definidos por especialistas como "etnodesign". A mostra é uma oportunidade para os visitantes conhecerem a diversidade da cultura material de diferentes povos indígenas brasileiros. A curadoria é do diretor do Museu Janete Costa, Wallace de Deus.
Já na exposição "Poética Karajá: arte Iny" o público confere a produção da arte material  Karajá (TO). A mostra reúne peças em plumária, palha, madeira, cerâmica, miçanga e cabaça. A curadoria é assinada pela antropóloga Whan Chang , coordenadora do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas do Museu do Índio.
Aberta ao público desde o dia 16 de abril, as exposições são resultado de uma parceria iniciada este ano entre o Museu do Índio e o Museu Janete Costa.  As duas mostras fazem parte da série de eventos especiais programados pelo MI, em celebração ao Dia do Índio (19/04).
As exposições podem ser vistas de terça a domingo, das 10 às 18 horas,  até 16 de agosto. O endereço é Rua Presidente Domiciano, 178, Ingá - Niterói RJ.
De graça.
 Veja aqui as fotos






terça-feira, 22 de abril de 2014

Atividades nos Jardins do Museu


As atividades nos jardins do Museu continuam até domingo, 27/04, das 14 às 16 h.
O público pode participar de atividades interativas como a pintura Kuikuro ou confecção de cocares fulni-ô utilizando canudinhos de plástico. Encerrando a tarde, as 16 horas, apresentação fulni-ô (PE) de cantos e danças. Venha, traga as crianças e participe!


domingo, 20 de abril de 2014

19 de abril no Museu do Índio

Cerca de 350 pessoas prestigiaram, neste sábado (19 de abril),  as celebrações pelo Dia do Índio.  Durante toda a tarde, o  público pode participar de diversas atividades ao ar livre e gratuitas: duas oficinas,  o  lançamento do filme Karioca, de Takumã Kuikuro,  a reabertura da  Biblioteca Marechal Rondon,  com a exposição  Florestas de Livros, reunindo  publicações de autores indígenas e uma apresentação  fulni-ô (PE) de cantos e danças.  A programação encantou o público e atraiu visitantes de todas as  tribos e idades, em um dia marcado por muita interatividade.  As celebrações pelo Dia do Índio prosseguem no  MI até o fim de abril. 


Museu do Índio lotado durante apresentação dos Fulni-ô

O premiado cineasta indígena fala sobre o seu novo filme,
destinado ao público infantil, antes da sessão de estréia

Fila para as tatuagens com desenhos kuikuro, em pinturas
feitas com tinta a base de jenipapo, como nas aldeias.  

Exemplo de reciclagem ambientalmente correto:
as crianças aprendem com os fulni-ô a confeccionar
cocares utilizando canudinhos de plástico.   

A Biblioteca Marechal Rondon reabre com um novo espaço
dedicado aos leitores mirins. A reabetura foi marcada com a
inauguração da mostra Floresta de Livros

Comunicação Social/ MI

20/04/2014

terça-feira, 15 de abril de 2014

Programação especial do Museu do Índio para celebrar o 19 de abril.

Confira a programação:
Dança Fulni-ô  no Museu do Índio
Pintura Kuikuro
No Museu do Índio
Endereço: Rua das Palmeiras 55 – Botafogo Rio de Janeiro - RJ

. Oficina de Pintura Corporal Kuikuro (Parque do Xingu/MT) – Dias 19 (Dia do Índio, sábado), 20, 21, 23, 26 e 27, das 14 às 16 horas


. Oficina de Arte Fulni-ô (PE) – Dias  19 (Dia do Índio, sábado), 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27, das 14 às 16 horas


. Apresentação cultural – danças e cantos – Fulni-ô (PE) – Dias  19 (Dia do Índio, sábado), 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27 – às 16 horas



Reabertura da Biblioteca Marechal Rondon do Museu do Índio com a inauguração da mostra de autores indígenas "A Floresta de Livros", em parceria com o Departamento Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Uma pequena exposição da produção escrita dos índios, didática e paradidática. Algumas publicações são monolingues, seja em língua indígena, seja em português. Outros são bilíngues. Dia 19 – Dia do Índio (sábado), às 15 horas



. Programação de filmes do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas – PROGDOC do Museu do Índio/FUNAI – Dias 19 (Dia do Índio, sábado), 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27, das 14 às 16 horas

Destaque para a sessão de lançamento do filme Karioka, do cineasta indígena Takumã Kuikuro,  19 (Dia do Índio, sábado), às 14 horas



Programação em conjunto
No Museu Janete Costa de Arte Popular (acervo do Museu do Índio)

Duas exposições de arte indígena que reúnem mais de 100 peças etnológicas do acervo do Museu do Índio. São elas:
. Exposição Artes Indígenas e etnodesign: "vontade de beleza" – peças, fotos e filmes sobre a produção indígena de objetos utilitários e ao mesmo tempo artísticos, definidos por especialistas como "etnodesign".
Curadoria: Wallace de Deus Barbosa


. Mostra "Poética Karajá: arte Iny". A exposição vai apresentar a arte e a cultura material Karajá (TO) reunindo peças nos seguintes materiais: plumária, palha, madeira, cerâmica, miçanga e cabaça.
Curadoria: Whan Chang


Abertura: Dia 16 de abril (quarta-feira), às 17 horas – Até 16 de agosto
Danças e cantos indígenas
Visitação: terça a domingo, das 10 às 18 horas
Endereço: Rua Presidente Domiciano, 178 a 182 Ingá – Niterói RJ



Comunicação Social/ MI

Atividades interativas abrem a programação especial do Museu do Índio para celebrar o 19 de abril.

Domingo de celebração no Museu do Índio

Mais um dia de atividades gratuitas com danças e cantos Fulni-ô (PE),
 pintura corporal Kuikuro (MT) e  muita interatividade com o público. 
A programação é ao ar livre  preparada especialmente para celebrar 
o Dia do Índio (19/04) se estende até o fim do mês. 



Foto: Celso Renato Maldos





Comunicação Social/ MI
13/04/2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Dia do Índio: o que não fazer em sala de aula

Dia 19 de abril, data em homenagem aos primeiros habitantes do Brasil, evite os estereótipos e preconceitos que costumam invadir as salas de aula e veja algumas propostas de como trabalhar os conteúdos 

Em 1940, o 1º Congresso Indigenista Interamericano, reunido em Patzcuaro, México, aprovou uma recomendação proposta por delegados indígenas do Panamá, Chile, Estados Unidos e México. O evento quase fracassou nos dias de abertura, mas teve sucesso no dia 19, assim que as lideranças indígenas deixaram a desconfiança e o medo de lado e apareceram para discutir seus direitos, em um encontro marcante. 

Nessa data, é comum encontrar nas escolas comemorações com fantasias, crianças pintadas, música e atividades culturais. No entanto, a maneira como algumas dessas práticas são conduzidas reproduzem antigos preconceitos e estereótipos.
Não use o Dia do Índio para mitificar a figura do indígena, com atividades que incluam vestir as crianças com cocares ou pintá-las.
Promova uma discussão sobre a cultura indígena usando fotos, vídeos, música e literatura de contos indígenas. A cultura indígena faz parte da essência da pessoa, ser índio não é estar nu ou pintado, como também não se deixa de ser índio por viver na sociedade contemporânea
Dê oportunidade aos alunos de saberem que os povos indígenas não vivem mais como em 1500. Hoje, muitos têm acesso à tecnologia, à universidade e a tudo o que a vida moderna proporciona, mesmo assim não deixam de ser indígenas e de preservar a cultura e os costumes.
Recorra a exemplos reais e explique qual é a etnia, a língua falada, o local e os costumes. O Brasil tem cerca de 230 povos indígenas, que falam cerca de 180 línguas. Cada etnia tem sua identidade, rituais, modo de vestir e de se organizar.
Não reproduza as casas e aldeias de maneira simplificada, com maquetes de ocas. "Oca" é uma palavra tupi, que não se aplica a outros povos. O formato de cada habitação varia de acordo com a etnia e diz respeito ao seu modo de organização social.
A Lei 11.645/08 inclui a cultura indígena no currículo escolar brasileiro. Por que não incluir no planejamento de História, de Língua Portuguesa e de Geografia discussões e atividades sobre a cultura indígena, ao longo do ano todo? Procure material de referência e elabore aulas que proponham uma discussão sobre cultura indígena ou sobre elementos que a emprestou à nossa vida, seja na língua, na alimentação, na arte ou na medicina.
Faça um debate sobre o que podemos aprender com esses povos.


Atividades gratuitas marcam as celebrações do Dia do Índio 2014

O Museu do Índio vai promover , a partir do dia 12 de abril, uma série de atividades gratuitas para marcar as celebrações do Dia do Índio (19 de abril).
Serão realizadas oficinas de arte e de pintura corporal indígena , além de apresentações de cantos e danças. O público também vai conferir uma mostra literária de autores indígenas e a reabertura da Biblioteca Marechal Rondon. Ainda dentro da programação, serão inauguradas, no Museu Janete Costa, em Niterói, duas exposições reunindo mais de 100 peças do acervo etnológico do Museu do Indio.
Confira a programação:
No Museu do Índio
Endereço: Rua das Palmeiras 55 – Botafogo Rio de Janeiro - RJ

. Oficina de Pintura Corporal Kuikuro (Parque do Xingu/MT) – Dias 12, 13, 19 (Dia do Índio, sábado), 20, 21, 23, 26 e 27, das 14 às 16 horas

. Oficina de Arte Fulni-ô (PE) – Dias 12, 13, 19 (Dia do Índio, sábado), 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27, das 14 às 16 horas

. Apresentação cultural – danças e cantos – Fulni-ô (PE) – Dias 12, 13, 19 (Dia do Índio, sábado), 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27 – às 16 horas

. Mostra de autores indígenas "A Floresta de Livros" em parceria com o Departamento Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Uma pequena exposição da produção escrita dos índios, didática e paradidática. Algumas publicações são monolingues, seja em língua indígena, seja em português. Outros são bilíngues. Dia 19 – Dia do Índio (sábado), às 15 horas

. Exibição de filmes do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas – PROGDOC do Museu do Índio/FUNAI – Dias 12, 13, 19(Dia do Índio, sábado), 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27, das 14 às 16 horas
Destaque para a sessão de lançamento do filme Karioka, do cineasta indígena Takumã Kuikuro,  19 (Dia do Índio, sábado), às 14 horas

. Reabertura da Bibilioteca Marechal Rondon –  19 (Dia do Índio, sábado) , às 14 horas

Programação em conjunto
No Museu Janete Costa de Arte Popular (acervo do Museu do Índio)
Duas exposições de arte indígena vão reunir mais de 100 peças etnológicas do acervo do Museu do Índio. São elas:
. Exposição Artes Indígenas e etnodesign: "vontade de beleza" – peças, fotos e filmes sobre a produção indígena de objetos utilitários e ao mesmo tempo artísticos, definidos por especialistas como "etnodesign".
Curadoria: Wallace de Deus Barbosa

. Mostra "Poética Karajá: arte Iny". A exposição vai apresentar a arte e a cultura material Karajá (TO) reunindo peças nos seguintes materiais: plumária, palha, madeira, cerâmica, miçanga e cabaça.
Curadoria: Whan Chang

Abertura: Dia 16 de abril (quarta-feira), às 17 horas – Até 16 de agosto
Apresentações culturais Fulni-ô (PE) – danças e cantos
Visitação: terça a domingo, das 10 às 18 horas
Endereço: Rua Presidente Domiciano, 178 a 182 Ingá – Niterói RJ
 Comunicação Social/ MI
10/04/2014

quarta-feira, 9 de abril de 2014

TERRAS INDÍGENAS?

Terras Indígenas são territórios legalmente demarcados pelo Estado brasileiro. Isso quer dizer que o Estado brasileiro tem por obrigação protegê-los, sendo assim não é permitida a entrada de não indígenas nessas terras, a não ser com a autorização da comunidade indígena ou da Funai.
Logo abaixo há dois mapas. Um é sobre a divisão do Brasil em estados e o outro mostra onde estão localizadas todas as Terras Indígenas no Brasil.
Você verá que os dois mapas são muitos diferentes, especialmente porque muitos territórios indígenas estão situados em mais de um estado.
Isso acontece porque esses territórios já existiam antes da divisão do Brasil em estados - antes mesmo de existir o país!
















O mesmo ocorre com as fronteiras entre os países! Muitas vezes encontramos povos indígenas que vivem entre dois ou mais países, porque já ocupavam essas áreas antes dos países existirem – isto é, antes da criação das fronteiras. É o caso dos Guarani, que vivem em cinco países: Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.




Já os Yanomami vivem no norte do Brasil e na Venezuela. Esses grupos, apesar de estarem separados por fronteiras internacionais, se relacionam com seus parentes que vivem nos países vizinhos, mantendo as redes de trocas e de comunicação entre as diferentes comunidades.



Onde vive a maioria dos índios?

Cerca de 55% da população indígena vive na chamada Amazônia Legal. Essa região abrange os Estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e a parte oeste do Maranhão.
As Terras Indígenas localizadas nessa região são maiores do que aquelas existentes em outras regiões do país. A ocupação do território brasileiro pelos não índios, desde 1500, começou com a expulsão dos índios que viviam em áreas mais ou menos próximas ao litoral. Assim, as áreas mais afastadas, no interior do país, como a Amazônia Legal, foram as últimas a serem ocupadas, e é por isso que hoje em dia as Terras Indígenas lá são maiores. Para os povos que habitam a região isso significa uma melhor qualidade de vida, pois eles dependem diretamente do tamanho da área que ocupam para manter sua vida e sua cultura. Quanto maior é a Terra Indígena, mais plantas e animais existem e, assim, mais alimentos, mais remédios, mais matéria-prima para a fabricação de objetos e casas, etc.

Existem índios fora da Amazônia Legal?

Os 45% restantes da população indígena vive em áreas fora da Amazônia Legal.
Esses grupos vivem "apertados" em terras muito menores que as terras indígenas localizadas na Amazônia. Na maioria das vezes, essas terras não são suficientes para manter suas formas tradicionais de vida e é assim que surgem problemas sérios, como a desnutrição e a miséria, gerados pela falta de alimentos: não há mais caça, nem peixes, nem lugares para fazer roça.
Há ainda muitos povos que não têm onde viver, pois foram expulsos de suas terras por ocupantes não indígenas. Alguns se instalam temporariamente em acampamentos, existentes em vários estados do país, onde vivem em péssimas condições, enquanto lutam pela recuperação de suas terras.

Quem invade as Terras Indígenas?

Suas terras são invadidas por garimpeiros, pescadores, caçadores, posseiros, fazendeiros, empresas madeireiras...Outras terras são cortadas por estradas, ferrovias, linhas de transmissão de energia ou têm partes inundadas por usinas hidrelétricas. Além disso, é bastante comum os índios sofrerem os efeitos daquilo que acontece fora de suas terras, nas regiões que as cercam: poluição de rios, desmatamentos, queimadas etc. Frente a todas essas ameaças, os povos indígenas sabem a importância de ter uma terra demarcada para viver, com fronteiras que impeçam a entrada de invasores.



http://pibmirim.socioambiental.org/terras-indigenas




AS TERRAS INDÍGENAS

A Constituição da República, de 05 de outubro de 1988, define o entendimento do Estado brasileiro a respeito das terras indígenas. No artigo 231, diz a Constituição que:
São reconhecidos aos Índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos Índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seu usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos Índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do país, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser a lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.
Para os índios, a terra de seu povo não é apenas suporte para a vida material, meio de subsistência ou fator de produção, mas é também referencial a seu mundo simbólico. Todas as dimensões da vida de um povo indígena têm por base seu território físico. Graças ao conhecimento e domínio de uma área, os índios elaboram e reproduzem as relações, idéias, crenças e produtos de sua vida sócio-cultural.
A Constituição brasileira estabelece como um dever a demarcação das terras indígenas. Esta demarcação é o estabelecimento, pela via administrativa, dos limites do território que tradicionalmente ocupam. Atualmente, o trabalho de definição de uma terra indígena está regulamentado pelo Estatuto do Índio (lei 6001, de 19/12/73), pelo Decreto nº 1775, de 09/01/96, e pela Portaria nº 14, de 10/01/96, estabelecida pelo então Ministro da Justiça, Nelson Jobim.
O processo de identificação das terras indígenas, coordenado por antropólogos, envolve conhecimentos técnicos de natureza etno-histórica, sociológica, juródica, cartográfica, ambiental e fundiária, conforme estabelece o Dec. 1775, art 2º § 1º. É garantido o direito dos índios participarem de todas as fases do processo administrativo.
Hoje, alguns povos indígenas controlam extensos territórios. A configuração de como cada povo se organiza, com suas atividades de subsistência, permite aos especialistas iniciar a definição da dimensão territorial necessária a sua sobrevivência. O número e a área total das terras indígenas identificadas no Brasil aumentou substancialmente entre 1981 e 1994. Em 1981, havia 308 terras e 400 milhões de hectares reconhecidos, enquanto, em 1994, esse número passou para 517 terras e 90 milhões de hectares.
Diante desse quadro, os inimigos dos índios - latifundiários, elites regionais, grileiros, etc. - que antes exploravam uma postura racista, cheia de estereótipos de índios preguiçosos, incapazes, justificam agora a invasão das terras indígenas, voltando-se para a mídia em campanha difamatória, sintetizada na frase há muita terra para pouco índio.
Esta postura preconceituosa é totalmente equivocada nos seus fundamentos, pois é enorme a concentração da propriedade fundiária no País, assim como é alto o índice das áreas rurais aproveitáveis e não exploradas. É injusto concentrar as críticas da situação agrária na realidade fundiária indígena. Além disso, a situação dos índios é grave em várias regiões, onde os povos indígenas perderam grande parte de seus territórios tradicionais. A maioria das áreas indígenas está invadida e existem aquelas onde não há ainda qualquer proposta de definição territorial pela FUNAI. Essa é a realidade das terras indígenas no Brasil, que estão concentradas, quase que totalmente (98%), na Amazônia Legal.

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terça-feira, 8 de abril de 2014

Socialização das Crianças

Todas as sociedades humanas constróem brinquedos para suas crianças. Os brinquedos construídos e utilizados nas sociedades indígenas, no Brasil, variam de acordo com as matérias-primas encontradas no meio ambiente em que esses grupos vivem, sendo que os brinquedos mais comuns são feitos de palha, madeira ou barro. As mulheres Karajá costumam fabricar minibonecas de barro para suas filhas brincarem.
É muito comum também os adultos fabricarem para suas crianças dobraduras de palha, representando os animais da floresta ou elementos que estão presentes no dia-a-dia, como os aviões que sobrevoam as aldeias. Hoje também é comum as crianças indígenas pedirem aos seus pais bonecas e bolas de plástico quando estes vão às cidades.
Os brinquedos são, em geral, miniaturas de objetos do uso cotidiano de cada sociedade e têm como objetivo divertir as crianças e educá-las para o desempenho das tarefas que irão realizar quando adultas.
Nas sociedades indígenas, a organização do trabalho se baseia na divisão das tarefas por sexo. As crianças, desde cedo, aprendem a lidar com essa regra em suas brincadeiras e pequenas tarefas.


Os bebês, até aprenderem a andar, vivem aconchegados, junto ao corpo da mãe, no macio da tipóia de algodão, feita especialmente para carregá-los ou na rede. Já as crianças pequenas, de até 3 ou 4 anos, brincam com outras crianças de ambos os sexos e se divertem com seus brinquedos ou com algum cesto velho, já sem utilidade. Mas estão sempre próximas às mães, pois costumam ser amamentadas até essa idade. É comum, também, que uma irmã mais velha, adolescente, tome conta das crianças menores, enquanto a mãe prepara os alimentos.
A partir dos 4 anos, aproximadamente, uma menina Wayana e Apalaí, do norte do Pará, ganha de seu pai um pequeno cesto cargueiro, confeccionado com finas tiras do arbusto arumã, especialmente para ela. É seu primeiro trançado dos muitos que receberá ao longo de sua vida. Cabe às mulheres e às meninas Wayana a utilização dos cestos e vários outros tipos de trançados para a realização das tarefas domésticas. Cabe exclusivamente aos homens e aos meninos Wayana e Apalaí a sua confecção. Com o seu cesto, a menina Wayana irá brincar e acompanhar a mãe, a tia e a avó à roça.
Através da imitação, brincando de arrancar batatas e transportando-as para a aldeia em seu cesto cargueiro, as meninas vão aprendendo o trabalho feminino, em especial o processo de fabricação do beiju, uma espécie de panqueca de mandioca muito consumida pelos povos indígenas brasileiros.
Os meninos Wayana, com aproximadamente 4 anos, recebem sua primeira tanga vermelha. De seu pai, recebem um pequeno arco e diversas flechas, com os quais irá brincar e se divertir. Por volta dos 7 ou 8 anos, os meninos possuem rede própria e já circulam sozinhos pelos arredores da aldeia. A independência em relação a sua mãe é completa podendo então passar a acompanhar o pai ou o irmão mais velho em caçadas, pescarias e incursões na floresta, dando início ao longo processo de aprendizagem das tarefas masculinas.
Os jovens devem exercer e dominar as tarefas próprias de seu gênero, masculino ou feminino, e de sua idade. As atividades que irão desempenhar na vida adulta lhes são ensinadas, ao longo dos anos, através do acompanhamento e da observação da realização das tarefas desempenhadas por seus pais, prestando-lhes também ajuda.
As principais atividades do universo feminino a serem aprendidas pelas meninas, que as exercerão plenamente quando adultas, consistem basicamente na plantação, colheita e conservação da roça, transporte de lenha e preparo dos alimentos, preparação das bebidas fermentadas, fiação do algodão, confecção de redes, cerâmica e educação das crianças.
As principais atividades do universo masculino a serem aprendidas pelos meninos, que as exercerão quando adultos, são basicamente preparo do terreno para o plantio, caça, confecção de arco e flecha, cestaria, confecção de enfeites plumários, construção de casas. Em geral, as atividades ligadas à pesca com timbó são realizadas por ambos os sexos.
O período de reclusão ritual a que são submetidos os jovens de ambos os sexos varia em cada sociedade. Esse período marca o término do que é considerado como adolescência, nas sociedades indígenas, que para as meninas acontece, geralmente, quando vem a primeira menstruação.
Ao atingir a puberdade, os jovens do sexo masculino e feminino devem se dedicar a aprimorar as técnicas de seus afazeres, pois estarão aptos para o casamento e, portanto, para a vida adulta, tendo-se completado o processo de socialização.
Nas culturas indígenas, o processo de socialização das crianças é considerado tarefa de todos, cabendo às mães e aos pais a orientação nas tarefas e comportamentos que a comunidade espera desse novo membro do grupo. Cabe às crianças brincar e ter sua mãe sempre por perto para protegê-las, sem jamais levantar a voz, brigar ou bater-lhes. Uma boa mãe e um bom pai educam com autoridade, desenvolvendo na criança a atenção e a observação pessoal, bem como a importância da repetição de uma tarefa até a sua plena aprendizagem. Cabe a todos desenvolver na criança o senso de responsabilidade e o respeito às regras sociais de sua comunidade.




 Imagens: Google
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quinta-feira, 3 de abril de 2014

A DIVERSIDADE CULTURAL DOS POVOS INDÍGENAS



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Estima-se a existência de cerca de 200 sociedades indígenas no Brasil. O número exato não pode ser estabelecido, na medida em que existem grupos indígenas que vivem de forma autônoma, não mantendo contato regular com a sociedade nacional.
Os dados demográficos das sociedades indígenas de hoje devem ser interpretados à luz do processo histórico, considerando as formas de contato que cada grupo tem mantido com a sociedade nacional, os efeitos das epidemias e os confrontos que tiveram com as frentes de expansão.
A população dessas sociedades é muito variável, havendo grupos relativamente numerosos como os Tikuna (20 mil), Guarani (30 mil ), Kaingaing (20 mil ), Yanomami (10 mil ) e outros como os Ava-Canoeiros, cuja população atual é de apenas 14 pessoas, o que implica que essa sociedade se encontra seriamente ameaçada de desaparecer.
As sociedades indígenas são muito diferenciadas entre si e, normalmente, essas diferenças não podem ser explicadas apenas em decorrência de fatores ecológicos ou razões econômicas.
Na década de 50, numa tentativa pioneira de caracterizar as semelhanças e diferenças existentes entre os diversos grupos indígenas brasileiros, o antropologo Eduardo Galvão desenvolveu o conceito de áreas culturais. Esse conceito procurou agrupar todas as culturas de uma mesma região geográfica que partilhavam um certo número de elementos em comum.
Assim, os grupos indígenas do Brasil foram classificados em 11 áreas culturais: Norte-Amazônica; Juruá-Purus; Guaporé; Tapajós-Madeira; Alto-Xingu; Tocantins-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraná; Paraguai; Nordeste e Tietê-Uruguai.
A área cultural do Alto-Xingu, por exemplo, adquiriu sua conformação geográfica a partir da observação de certos costumes comuns e específicos à maioria dos grupos indígenas da região. Entre esses costumes, destacam-se: a festa dos mortos, também conhecida como Kuarup; o uso cerimonial do propulsor de dardos; o uluri, acessório da indumentária feminina; as casas de projeção ovalada e tetos-parede em ogiva e o consumo da mandioca como base da alimentação desses grupos.
Decorridos quase 50 anos do estudo de Galvão, permanece a idéia, como recurso didático, de distribuir as sociedades indígenas em áreas, chamando atenção para suas características específicas e, ao mesmo tempo, assinalando a sua diversidade cultural.
Considerando o fato de que várias sociedades indígenas se situam em região de fronteira e que circulam pelos países limítrofes ao Brasil- onde vivem parentes e outros grupos com os quais se relacionam-, uma nova configuração classificatória para as sociedades indígenas vem sendo proposta pelo antropólogo Julio Cesar Melatti - as áreas etnográficas - que se estende para toda a América do Sul.
Para a definição das áreas etnográficas foram consideradas, sobretudo, as seguintes questões: a classificação lingüística, o meio ambiente e o contato das sociedades indígenas entre si e com as sociedades nacionais. A classificação lingüística é importante na medida em que existe um fundo cultural comum às sociedades que falam línguas relacionadas, fazendo supor que sejam oriundas de uma única sociedade anterior, mais remota no tempo. Por essa concepção foram estabelecidas 33 áreas etnográficas para toda a América do Sul.

Bibliografia
Galvão, Eduardo. Áreas culturais indígenas do Brasil 1900 - 1959. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi, n.s., Antropologia, nº 8, Belém, 1960.
Melatti, Julio C. Índios do Brasil. Hucitec, 1980.
Melatti, Julio C. Índios da América do Sul - Áreas Etnográficas. Brasília, UNB, 1997. 2 vol. (mimeo).
Ricardo, Carlos Alberto. Os Índios e a sociodiversidade nativa contemporânea no Brasil. In "A temática indígena na escola". Mec/Mari/Unesco, 1995.

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